Olá galera,
Neste post vou contar um pouquinho a respeito da viagem que fiz de Curitiba até Ribeirão Preto de bicicleta. Com certeza para quem não está acostumado com atividade física deve parecer uma loucura. Mas foram aproximadamente seis meses de preparação, física,técnica, tática e de compra de materiais. Antes mesmo de ver os detalhes, clique na imagem a seguir e assista ao clipe desta aventura.
Alguns dias antes da saída, levei minha bike para revisão na Cicles Radar, lá o Marcelo, proprietário e também meu amigo deixou a bike nos trinques. Depois de ter pedalado 3000 km durante o ano estava me sentindo preparado para iniciar o desafio de 725 km de Curitiba a Ribeirão Preto, claro que foram fundamentais para minha preparação a participação do Lifex Institute e o apoio dos amigos André e Carlos.
Alguns dias antes da saída, levei minha bike para revisão na Cicles Radar, lá o Marcelo, proprietário e também meu amigo deixou a bike nos trinques. Depois de ter pedalado 3000 km durante o ano estava me sentindo preparado para iniciar o desafio de 725 km de Curitiba a Ribeirão Preto, claro que foram fundamentais para minha preparação a participação do Lifex Institute e o apoio dos amigos André e Carlos.
Um dia antes da saída já estava tudo pronto, bike equipada com todos os itens de segurança, comidas extras e equipamentos básicos para reparo e de primeiros socorros.
Para os curiosos ou para quem está iniciando no cicloturismo é interessante compreender que existem alguns modelos de viagens, desde totalmente livre, onde o viajante leva todos os equipamentos até o com total apoio. Conheça os quatro tipos indicados pela revista "Bikemagazine":
1. Chuck Norris sobre Rodas - acampando no meio do trajeto é possível conhecer lugares virgens e despovoados gastando algo pouco como 30 reais por dia, porém carregando consigo toda a bagagem para sobreviver até alguns dias sem auxílio nenhum. O peso extra, incluindo a quantidade de água que pode aumentar em razão do clima, reduz o deslocamento para entre 30 e 100 km diários.
2. Indiana Jones: aventureiro refinado - nem todos, entretanto, suportam ou desejam o rigor do cicloturismo auto-suficiente. Como cada povoado do mundo costuma ter o seu albergue e pousada, se torna uma alternativa barata para poder tomar banho e secar as roupas molhadas, assim como garantir a segurança e diminuir o peso da bagagem.
3. Cada Hillary tem o seu Tensing Norgay - seja acampando ou hospedando-se, digamos que você não pode ou não quer organizar sua viagem, seja porque trabalha o dia todo, quer conhecer um país exótico cujo idioma não domina ou não está confiante para realizar sua primeira viagem. Talvez você já tenha feito cicloturismo, mas desta vez prefira menos introspecção e mais contextualização, ou ainda queira uma viagem guiada.
4. Comer, Rezar, Amar… e pedalar! - pedalando pelo mundo e descobrindo muito mais além da paisagem. A opção por uma operadora de cicloturismo isenta você de qualquer preocupação. Não se carrega nada além do próprio corpo: as malas te esperam no próximo quarto de hotel. Se cansar de pedalar, um veículo de apoio te conduz ao destino.
Na minha aventura vão perceber o estilo Indiana Jones, mas com um pouco de Chuck Norris no que se refere às distâncias, acompanhe!
Na minha aventura vão perceber o estilo Indiana Jones, mas com um pouco de Chuck Norris no que se refere às distâncias, acompanhe!
- 1º Dia - de Curitiba até Piraí do Sul (203 km)
Acordei cedinho para ajudar a Paty a preparar o carro, pois ela faria todo suporte da viagem. Ela é uma linda mesmo.
Saí de casa aproximadamente 7:40 juntamente com o amigo Alfalfa que me acompanhou até o parque Barigui de onde segui sozinho. Segui no meu ritmos até o primeiro desfio, a subida da serra de São Luiz do Purunã, um trecho que eu conhecia bem, por isso, segui em um ritmo constante nos 12 km de serra á cima. Depois da serra esperava por uma pedalada tranquila, o que não aconteceu, pois, no trecho entre São Luís do Puruna e Ponta Grossa enfrentei um dos maiores inimigos dos ciclistas, o vento, que vinha contra. não é atoa que a região é conhecida como "Campos gerais", a pedalada não rendia, sempre li nos livros de cicloviajantes - como "Trilhando Sonhos" de Thiago Fantinati e "Mais que um leão por dia" de Alexandre Nascimento - a respeito do vento, mas, foi a primeira vez que enfrento quase 40 km contra esta força da natureza. A pedalada não rendia, mas serviu para que eu aproveitasse melhor a paisagem.
Meu primeiro almoço foi no posto panorâmica comi um monte e bebi muita água e Gatorate. Com as energias repostas segui até Ponta Grossa, onde tive que para por causa de um temporal.
De Ponta Grossa até Piraí do Sul o desafio foi longo, mas, enfrentado com toda alegria de estar almejando uma conquista pessoal muito grande.
Chegando em Piraí do Sul encontrei a Paty na estrada a quase 10 km do hotel. Nesta noite descobrimos que estava acontecendo a festa da padroeira da cidade. Aproveitamos para ir até lá comer um super lanche e um yakisoba. Para então seguir até o Hotel para o tão merecido descanso.
Nos hospedamos no Hotel Victor, lá o Hotel Victor, onde fomos muito bem atendidos pelo Marcelo, o administrador.
- 2º Dia - de Piraí do Sul até Taquarituba (192 km)
Acordamos cedo mas, saí somente as 8:00 da manhã e direção a Jaguariaíva, o primeiro trecho do dia foi super tranquilo, 40 km de muita descida, o que ajudou a descansar as pernas para o segundo trecho que seria bem pesado. De Jaguariaíva até Itararé foram 57 km de muito sobe e desce, o pior é que mais subia que descia. Sempre que estiver viajando de bike e perceber que está descendo bastante, pode saber que provavelmente virão as subidas.
No caminho atravessei a divisa entre Paraná e São Paulo, o que me deu energia para enfrentar as subidas até Itararé.
Cheguei em Itararé cansado, e comi proporcional ao cansaço, o que foi muito bom para repor as energias. Logo na saída de Itararé, enfrentei uma chuva forte, mas que passou muito rápido, foi o único momento no qual utilizei a jaqueta de chuva, pois a partir dali começou a ficar cada vez mais quente. O trecho de Itararé até até Itaporanga novamente foi longo, aproximadamente 60 km que incluía um trecho plano e de longas pedaladas, mal sabia eu que o pior ainda estava por vir.
Chegando em Itaporanga/SP, havia ainda mais 45 km até Taquarituba, mas a estrada sem acostamento começou a dificultar a pedalada, o problema era quando vinha caminhão de encontro e caminhão no mesmo lado que eu estava, nesse caso era preciso parar. Ainda bem que a estrada é pouco movimentada e era possível pedalar alguns minutos sem encontra ninguém.
Com o cair da noite as coisas foram ficando cada vez mais complicadas. Indico sempre que possível só pedalar com a luz do dia, por uma questão de segurança.
Ao chegar em Taquarituba, encontrei a Paty no hotel e logo percebi uma "muvuca". O hotel estava lotado com as esposas dos presos do grande presídio que fica nas dependências da cidade. Para escapar do barulho, aproveitamos para comer em um barzinho e voltar logo para o Europa Hotel para descansar.
- 3º Dia - de Taquarituba até Jaú (175 km)
Acordei mais cedo no terceiro dia e arrumei as coisas bem rápido para não correr o risco de ter que pedalar a noite no fim do dia.
Já havia programado para que esse fosse o dia mais tranquilo para poder aguentar o tranco dos quatro dias seguidos com grandes distâncias. Por isso, decidi pedalar em um ritmo mais lento e sempre procurando soltar as pernas nas descidas.
De Taquarituba seguindo pela SP-255 ainda tive que enfrentar a estrada sem acostamento (até 20 km depois de Itaí/SP), nesse trecho encontrei o senhor Jeová, que viaja pequenas distâncias com sua bike muito simples, prova que não é preciso muito para uma viagem de bike. Ele estava empurrando a bike no acostamento, pois, preferia seguir apenas quando não vinham carros, aí ele seguia na contra-mão, o que não é indicado.
Depois de cruzar a SP-270, tudo melhorou, a estrada, a paisagem e a surpresa de encontrar o Paulo, um cicloturista que está em sua segunda viagem e seguia na direção contrária de São Manuel/SP até Palmeira/PR.
Apesar do trecho até avaré ser puxado, foi muito divertido, a não ser pela subida que tive que enfrentar ao chegar no Posto de Avaré, foram aproximadamente 3 km de uma subida muito íngreme.
Depois do almoço foi um longo trecho até Jaú/SP. Mas, a tranquilidade do horário e o longo trecho de descida até Barra Bonita/SP, fez com que este dia fosse realmente o mais tranquilo.
Chegando em Jaú/SP Pudemos ainda aproveitar para ir ao Jardim, uma Pizzaria tradicional na cidade, pedimos uma salada e uma pizza e claro um chopp para comemorar quase 70% do trajeto concluído.
- 4º Dia - de Jaú até Ribeirão Preto (154 km)
Acordei com todo expectativa de chegar em Ribeirão, já sabia que seria possível completar o desafio, mas, sabia ainda que o trecho de Jaú até Araraquara seria um dos mais difíceis devido as subidas e descidas. Por isso, comecei pedalando em um ritmo tranquilo e constante.
Ao passar Araraquara sabia que havia um posto a alguns quilômetros e que seria ideal para o almoço. Lá comi muito como sempre e aproveitamos para comer um sorvetinho, pois o calor começou a pegar.
O último trecho me reservava uma surpresa que ainda não havia enfrentado, um sol de "rachar o coco", da parada para o almoço até Ribeirão Preto eram mais 60 km , os quais, foram enfrentados com 3 paradas, duas delas no centro de atendimento ao usuário, onde foi muito bem recebido.
Chegando em Ribeirão tive uma última surpresa, a chuva. Cheguei com um temporal, que serviu para lavar a alma e refrescar o corpo do calor que havia enfrentado.
Depois de um banho e um prato de comida gigante, fui descansar e repor todas as energias.
Em todos os lugares onde eu parava e dizia que vinha de Curitiba e ia para Ribeirão Preto, todos se admiravam e logo em seguida me parabenizavam.
Para que possam apreciar melhor as imagens colocamos fotos em alta resolução em nosso Flickr. Para acessar é só clicar na imagem a seguir.
Para que possam apreciar melhor as imagens colocamos fotos em alta resolução em nosso Flickr. Para acessar é só clicar na imagem a seguir.
Dicas
Onde Ficar?
Piraí do Sul - Victor Hotel
Jaú - Hotel Jardim
Onde Comer?
Jaú - Pizzaria Jardim
Jaú - Pizzaria Jardim
Quanto pedalar?
Procure pedalar no máximo 150 km por dia e evite trajetos noturnos.
18 a 21/12/2015.
Piá,tu é muito fera!
ResponderExcluirParabéns pela conquista e por sua determinação. Superar limites é a mesma coisa que viver sem eles.
Espero por seu retorno e, com certeza um pouco de sua determinação e boa vontade, para ajudar-me a parecer-me um pouco contigo nesses quesitos.
Um gigante abraço meu amigo. E mais uma vez, Parabéns!!!
Piá,tu é muito fera!
ResponderExcluirParabéns pela conquista e por sua determinação. Superar limites é a mesma coisa que viver sem eles.
Espero por seu retorno e, com certeza um pouco de sua determinação e boa vontade, para ajudar-me a parecer-me um pouco contigo nesses quesitos.
Um gigante abraço meu amigo. E mais uma vez, Parabéns!!!
Muito legal! Parabéns.
ResponderExcluir